Na Espanha há dois anos, Euller fala sobre tensão por coronavírus

691
Ex-atacante Euller é técnico do Safor Club, da Espanha (Foto: Instagram/Reprodução)

Na Espanha há dois anos, ex-atacante Euller fala sobre tensão por coronavírus no país e início de carreira como técnico

Filho do Vento comanda o Safor Club, da sétima divisão do futebol espanhol.

Os torcedores de América, Atlético, Palmeiras e Vasco sentem saudades das arrancadas e jogadas de velocidade que fizeram Euller ser apelidado de “Filho do Vento” por Milton Naves, narrador da Rádio Itatiaia. O atacante não faz gol ou dá assistências desde 2011, quando pendurou as chuteiras, mas segue no futebol como treinador. Aos 49 anos, ele comanda o Safor Club, da cidade de Gandia, na província de Valência , na Espanha.
 
Euller mora há dois anos na Espanha com os familiares. Sua residência oficial é em León, de 125 mil habitantes, capital da província homônima no noroeste do país. Gandia está localizada a 600 quilômetros, em linha reta, e 743 quilômetros, por estradas. A distância neste momento pouco importa, pois o país ibérico vive tensão pela COVID-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus. Estima-se que mais de 25 mil pessoas tenham sido contaminadas, com aproximadamente 1,3 mil mortes.
Em entrevista ao Superesportes, Euller afirmou que a população espanhola segue à risca as recomendações de sair de casa apenas por motivos essenciais, como comprar alimentos em supermercados, remédios na farmácia e ir/voltar do trabalho. “O povo aqui é educado e disciplinado”, frisou o ex-jogador, ressaltando que cidades maiores, como Barcelona, Madri e Valência, sofrem mais com as consequências do coronavírus.
Além de acompanhar os noticiários na Espanha, Euller procura saber o que acontece no Brasil, especialmente em Belo Horizonte, onde deixou parentes e amigos. “Acompanho aqui e no Brasil, com toda a certeza. Afinal de contas, minha família também está aí”, diz, discordando em seguida do tom crítico da imprensa ao presidente Jair Bolsonaro, que chegou a classificar a pandemia como “gripezinha” depois de correligionários contraírem a infecção pulmonar.
“A grande diferença é que a mídia aqui não está preocupada se o rei é da direita ou da esquerda, se o primeiro-ministro é da direita ou da esquerda. Estão todos unidos por um objetivo e uma causa. Diferentemente do Brasil, onde a maior parte da imprensa está aproveitando o momento para fazer política. Isso é o grande câncer do nosso país: aproveitar de um momento delicado como esse para fazer política”.