BRASIL 1 X 1 SUIÇA – PRAGMÁTICO E PREVISÍVEL NO 2 TEMPO, BRASIL ESTRÉIA COM EMPATE NA COPA!!!

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FONTE O GLOBo

https://pranchetadotecnico.blogspot.com

Por Bazílio Amaral

E o Brasil estreou finalmente! Após o vexame da Copa de 2014 e de duas eiminações em Copa América (2015 e 2016), a expectativa retomou após Tite assumir o comando com números e desempenhos impressionantes. Contamos atualmente com um excelente treinador, antenado com o futebol mundial e com uma Comissão Técnica bem qualificada, contudo, Tite agora será desafiado a encontrar maneiras de driblar o alto nível de enfrentamento que gera uma Copa do Mundo. O Brasil vem jogando sempre no alto nível em todos os jogos, sejam Eliminatórias ou amistosos, até para compensar a falta de tempo de trabalho. Os ótimos resultados esconde o fato de que Tite tem apenas meio ciclo de Copa (2 anos), o problema é que os adversários estão vendo, analisando e com certeza criarão muitas dificuldades. A pergunta que fica é: O Modelo de Jogo e formatação Tática da Seleção prevê variações para escapar das armadilhas? Tite vem mostrando ser um vencedor noos últimos anos, mas também mostra um lado pragmático de poucas mudanças e previsível nas alterações. Resta saber se é suficiente em uma Copa do Mundo.
O fato é que independente do resultado nesta Copa, o Brasil precisa continuar com Tite e sua Comissão e com a safra de bons valores, com ciclo completo de Copa do Mundo e mais tempo de trabalho, a seleção chega na Copa do Catar em 2022 muito mais encorpada. Outro fator que precisa ser melhorado é Neymar. jogador realmente capaz de almejar e alcança o posto de melhor do mundo como pretende, mas seu desempenho neste jogo foi assustador. Segurando demais a bola, facilitando para que os adversários o achassem na marcação zonal e fizessem as faltas táticas. Conseguiram manter Neymar longe da área, e das 19 faltas da Suiça, 10 foram em Neymar sendo que destas 02 foram perto da área. Preso do lado esquerdo como atuou a maior parte do tempo e segurando a bola, ficou longe do craque que deseja ser e que o Brasil precisa e conta.

BRASIL – MARCAÇÃO BAIXA SEM COMPATAÇÃO E “PÉ NA BOLA” DO 2 TEMPO TIROU TRANSIÇÃO OFENSIVA BRASILEIRA!!!!

O Brasil foi a campo postado no 1-4-1-4-1, atacando com 6 atletas pelo menos. Mas diferente de outros jogos, o Brasil não conseguiu ter volume de jogo pelos dois lados, concentrando as ações ofensivas no lado esquerdo com Marcelo, Coutinho e Neymar. Boas jogadas foram feitas principalmente com Neymar fazendo o pivô entre as linhas para ultrapassagem de Coutinho, contudo aconteceram poucas vezes e aos poucos a Suiça fechou o setor. A falta de alternância com o lado direito travou o ataque brasileiro que passou a tocar a bola entre os zagueiros e viver de faltas levantadas na área.
Muito se falava que se o Brasil saísse na frente dificilmente perderia pois o time de Tite tem construído suas vitórias no jogo reativo após abrir o placar. O Coutinho, com um golaço, tratou de colocar o Brasil na frente. Gol construído principalmente, pela atitude proativa da Seleção na marcação alta ( Gabriel Jesus é muito aplicado nestes momentos), que dificulta a saída de bola adversária. Mas não dá para jogar desta forma o jogo todo, com o placar aberto o Brasil baixou a linha para explorar a transição ofensiva, contudo, diferente de outros jogos, a marcação esteve longe e o time lafrgo na marcação, facilitando a troca de passes dos suiços. O jogo ficou esquisito e voltou assim no 2 tempo e piorou após o gol de empate na bola parada. Independente do VAR, creio que houve mais falhas do sistema defensivo brasileiro do que falta em Miranda.

Vale a pena abordar o posicionamento do Brasil na fase defensiva. Para preservar Neymar e coreer atrás de lateral, decisão que concordo, Tite não forma duas linhas de 4 mas uma linha de 3 a frente de Casemiro. Coutinho é o responsável em dar suporte a Marcelo. O problema é que além de sacrificar Coutinho que foge de suas características, da um espaço perigoso pelo lado esquerdo da defesa brasileira.
Diante do modo como o jogo se apresentava no 2 tempo e com jogo empatado, Tite foi pragmático nas alterações colocando Fernandinho, Renato Augusto e Firmino nas posições de Casemiro, Paulinho e Gabriel Jesus. Optando pela manutenção do seu desenho tático ao invés de mudar e tentar desorganizar a marcação suiça. A verdade é que não há no banco de reservas um atleta que entre e mude o jeito de jogar da Seleção como fez Luan nas Olimpíadas. Talvez Douglas osta para dar mais força e velocidade na beirada, mas é só.

SUIÇA – EQUIPE ENTROSADA, DISCIPLINADA E COM SURPREENDENTE TOQUE DE BOLA!!!!

Que a Suiça não era uma galinha morta todos sabiam, e o time de Petkovic mostrou muita organização no 1-4-2-3-1 e explorando bem o lado esquerdo da marcação brasileira. Abusou das faltas para travar o jogo, mas jogou de forma leal. Linha defensiva bem postada, dupla de volantes experientes e com ótima marcação zonal e linha de 3 meias disciplinadas na marcação e com boa transição ofensiva. Shaquiri, muito bem no jogo, não acompanhava Marcelo até o fim, se posicionando nas suas costas. Após ficar mais postada atrás no 1 tempo, a Suiça voltou ficando mais com a bola, mas sem dar o contra ataque para o adversário.
E assim foi até o fim do jgo mesmo com as alterações promovidas pelo treinador.

ENCAIXE TÁTICO BRASIL X SUIÇA

O encaixe ao lado foi o que aconteceu no jogo. O 1-4-1-4-1 brasileiro, encaixando sua segunda linha na linha formada pelos laterais e volantes suiços. Este foi um fator determinante para o baixo desempenho de Paulinho na partida como observou Tite na coletiva pós jogo.
O responsável pelas coberturas nas costas de Marcelo tem sido Miranda, mas como tinha apenas Casemiro na cabeça de área, Danilo fazia a composição n balanço de Thiago Silva pra cobrir Miranda. Isto prejudicou mais ainda o aoio do lateral direito deixando Willian isolado no setor ofensivo.

Se Tite tivesse optado pelo 1-4-2-3-1 compaulinho ao lado e Casemiro, creio que as peças ficariam mais confortáveis na partida. Casemiro poderia balançar para cobrir Marcelo liberano mais Danilo para o apoio e Paulinho seria elemento surpresa no apoio por dentro e não já esbarrando com Xhara como foi n 1-4-1-4-1. Coutinho jogaria mais solto, sem tanta preocupaçao em fechar o lado de Neymar, podendo encostar tanto nele como em Willian.
Porém, independente da formatação tática, os porquês da falta de compactação e atitude do 2 tempo após o gol que devem ser atacadas pela Comissão. Teve o fator da estréia, o Brasil tende a melhorar. Mas terá que lidar com algo inédito na Era Tite: o desconforto de uma desconfiança após o desempenho abaixo do esperado. Contudo, temos que considerar o time suiço que não é a galinha morta que a torcida e parte de nossa imprensa esportiva “especializada” apregoou no pré jogo.

Que Tite e sua Comissão consigam evoluir a equipe em alguns pontos importantes, que prepare a equipe para enfrentar os grandes no mata mata pois me preocupa o jogo entrelinhas espanhol e alemão diante da marcação brasileira e façam Neymar entrar na Copa de verdade.

Bazílio Amaral
Bacharel Treinamento Esportivo – UNICAMP
Treinador de Futebol pelo SITRESP
Vice Campeão Estadual Sul Matogrossense 2017
Passagem como Treinador Profissional pelo Novo -MS; Sete de Setembro MS e Mixto de Cuiabá